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2º Domingo do Tempo Comum Ano B – O que você está procurando?

A liturgia da Palavra deste domingo convida-nos a ouvir Deus que nos chama e a responder. Na primeira leitura, Deus chama Samuel e ele responde. O salmista canta esperar pelo Senhor e responder. O Evangelho fala do chamado dos primeiros apóstolos.

No evangelho de João, os primeiros discípulos eram seguidores de João Baptista. João saúda Jesus como o Cordeiro de Deus, e dois de seus seguidores saem com Jesus. O discipulado é sempre iniciativa de Deus. Não nos fazemos discípulos por nossa própria força. Os discípulos são convidados a estar com Jesus. Eles devem estar com ele para conhecê-lo mais profundamente, para alcançar esse conhecimento íntimo d’Ele. Espera-se sempre que um discípulo vá além do exterior para um relacionamento interior com Jesus.

Hoje as pessoas se juntam às igrejas e seguem os profetas para necessidades muito práticas, como dinheiro e cura. Mesmo aqueles que procuram fazer discípulos anunciam-se como ajudantes em necessidades práticas, como empregos, riqueza, boa saúde e assim por diante. Jesus levanta uma pergunta poderosa para aqueles que vêm a Ele: “O que vocês estão procurando?” Esta é a pergunta-chave para quem quer ser discípulo. Quando você vem a Jesus, qual é a motivação básica? É só dinheiro, poder, prestígio ou salvação?

Os discípulos no evangelho de hoje não estão à procura de um relacionamento superficial ou fugaz com Jesus. Eles não estão procurando resolver um problema prático. Querem conhecê-lo muito bem e ser seus amigos. Ele os convida a virem e verem, a se juntarem a Ele enquanto Ele lhes revela a si mesmo e a verdade.

André é um dos que seguiram Jesus. Ele foi o primeiro discípulo escolhido. É muito interessante que, embora ele tenha sido o primeiro, ele não chegou ao círculo íntimo de Jesus. Ele é o homem que trouxe seu irmão a Jesus. André é famoso por não tentar ser famoso. Ele estava muito contente em sua missão de levar os outros a Jesus. Na verdade, ele aparece três vezes apresentando outras pessoas a Jesus. Ele também traz o menino com os cinco pães e dois peixinhos para Jesus antes do episódio de multiplicação. Ele traz os inquiridores gregos a Jesus. André conhecia seus dons e nunca procurou comparar ou competir com nenhum dos apóstolos. Ele conhecia e entendia seu chamado e sabia o papel que Deus lhe pedira na construção de Seu reino.

Ao trabalharmos na vinha do Senhor, guardemo-nos contra o espírito do mundo em que cada um pensa em si mesmo e facilmente se torna invejoso quando o outro parece ser mais abençoado. O Papa Francisco nos adverte contra a competição e o ciúme nas comunidades de discípulos de hoje. Ele diz que o ciúme e a inveja são as portas pelas quais o diabo entrou no mundo. Quando nos falta o espírito de André, podemos sofrer de ciúmes e inveja que nos levam à divisão.

A história de Pedro e André é um lado redentor da história de Caim e Abel. No reino de Deus há muito espaço para todos os nossos irmãos e irmãs. Uma amizade profunda com nosso Senhor que nos ajudará a enfrentar o desafio diário e a tentação de colocar o outro para baixo, para que eu seja um pouco mais alto.