No encontro de reflexão realizado no âmbito da visita do representante do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Mário Almeida, as Comissões da Conferência Episcopal de Moçambique expressaram a necessidade de uma Igreja mais sinodal, capaz de responder eficazmente aos desafios que o país enfrenta.
No evento, estiveram presentes os secretários e coordenadores das comissões da Conferência Episcopal, nomeadamente: a Caritas Nacional, a Comissão Episcopal para Migrantes, Refugiados e Deslocados, a Comissão da Saúde, a Comissão da Justiça e Paz, a Comissão da Educação e a Comissão da Pastoral Penitenciária.
O encontro serviu como uma plataforma para discutir como a sinodalidade pode fortalecer a missão da Igreja em promover a justiça social, o cuidado com os mais necessitados e o diálogo com as diversas realidades que a sociedade moçambicana enfrenta.
A Secretária da Comissão Episcopal para Migrantes, Refugiados e Deslocados, irmã Marines Biasibetti, ressaltou que a sinodalidade é fundamental para a construção de uma Igreja mais inclusiva e engajada, capaz de ouvir e acolher a voz de todos os fiéis, especialmente aqueles que se encontram em situações de vulnerabilidade.
saímos daqui mais fortalecidos, vimos sim a importância de como é importante trabalharmos e buscarmos essa comunhão, essa sinodalidade, esse caminhar em conjunto para encontrar respostas aos desafios do próprio país, dentro das comissões, mas que é muito importante o encorajamento, a força que nos trouxe o dicastério por meio da pessoa do senhor Mario.
Por sua vez, o Secretário Geral da Comissão Caritas Moçambicana, Santos Gotine, frisou que, ao promover um estilo de liderança mais colaborativo e uma pastoral mais integrada, a Igreja poderá oferecer respostas concretas e solidárias aos desafios sociais, econômicos e espirituais do país.
É importante de facto que a igreja, em particular na sua liderança, faça de facto aquilo que o povo de Deus quer e merece, começando pela escuta reflexão, as novas orientações que a igreja tem vindo fazer, tem como base o povo de Deus, não a liderança, não aquela forma de pensar num triângulo, não é, onde pirâmide começava do topo para base, mas agora a começar da base para o topo, de facto eu penso que a igreja estará fazer seu trabalho.
Na ocasião, o representante do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Mário Almeida, encorajou a Igreja em Moçambique a reforçar a capacidade de escuta para responder aos desafios da actualidade, como é o caso da guerra em Cabo Delgado e do alto nível de desemprego entre os jovens.
A atitude fundamental básica que todos devemos ter e que a igreja em Moçambique também deve ter é eu vou usar uma expressão quase infantil, mas é ter umas orelhas muito grandes, o que é que isto significa? temos que reforçar muito nossa capacidade escuta, não é? as pessoas que estão a passar por essas dificuldades, muitas vezes a primeira atitude de que têm necessidade é encontrar alguém que escute, até porque todos sabemos que muitas vezes as soluções não são fáceis. Nem são de um dia para outro, e ninguém tem um, digamos, uma caixa que vai abrir tira de lá as soluções.
Mário Almeida anotou que o sucesso desse desiderato depende da promoção de um espírito de partilha de recursos dentro da Igreja.