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Sectores específicos da Pastoral da Mobilidade Humana no processo de sinodalidade

COMISSÃO EPISCOPAL DA PASTORAL PARA OS MIGRANTES E ITINERANTES – CEPAMI, ANGOLA – Ir. Karla

SECTORES ESPECÍFICOS DA CEPAMI

  • PASTORAL DA ESTRADA
    • Juan Francisco Gómez – Director nacional da Pastoral da Estrada
  • APOSTOLADO DO MAR
    • José César Marcelino – Director Nacional do Apostolado do Mar
  • PASTORAL DA AVIAÇÃO CIVIL
    • António Barbosa – Director Nacional da Pastoral da Aviação Civil
  • PASTORAL PARA OS REFUGIADOS E COMUNIDADES DE MIGRANTES
    • Samuel Tumbula – Director Nacional da Pastoral para os Migrantes e Refugiados
    • Isaías Afonso de Oliveira – Advogado convidado

PASTORAL DA ESTRADA

Esta Pastoral específica destina-se aos utentes da estrada (automobilistas, camionistas, motociclistas e peões, etc.) e da ferrovia – o caminho-de-ferro – e a quantos trabalham nos vários serviços que a eles estão ligados, às mulheres e aos meninos de rua e às pessoas sem morada fixa. – Orientações para a Pastoral da Estrada-Rua, Pontifício Conselho da Pastoral para os migrantes e itinerantes, 24 de Maio de 2007.

Objectivos: Evangelizar o ambiente da estrada propondo-se em toda parte a transmitir o alegre anúncio do Evangelho, a administração dos sacramentos, a direção espiritual, o aconselhamento e a formação religiosa dos automobilistas, dos transportadores profissionais, dos passageiros e daqueles que estão de alguma maneira ligados à estrada e à ferrovia.

Sensibilizar todos os utentes das vias a fim de respeitar os sinais plasmados no código de estrada.

Porque a Pastoral da Estrada?

Na condução, o motorista nunca está sozinho: «conviver» é uma dimensão fundamental do homem, e, por isso, a estrada deve ser mais humana. Guiar um veículo é uma maneira de se relacionar, de se aproximar, de se integrar numa comunidade de pessoas. Tal capacidade de «conviver», de entrar em relação com os outros, pressupõe no motorista algumas qualidades concretas e específicas: ser dono de si, a prudência, a cortesia, um adequado espírito de serviço e o conhecimento das normas do código do trânsito. Dever-se-á prestar ajuda abnegada a quem tiver necessidade, dando exemplo de caridade e de hospitalidade.

  • A estrada não é mais somente uma via de comunicação; ela torna-se um lugar de vida, em que se passa uma grande parte do próprio tempo.
  • “O movimento rodoviário e o ferroviário são, portanto, algo de bom, além de uma exigência inevitável da vida do homem contemporâneo.
  • Se ele fizer bom uso dos meios de transporte, aceitando-os como dons que Deus lhe concede, e que são ao mesmo tempo fruto do trabalho das suas mãos diligentes e do seu empenhamento, deles poderá tirar vantagem para o seu próprio aperfeiçoamento humano e cristão Do compromisso cristão nos lugares do movimento rodoviário e ferroviário, que denominamos «Pastoral da Estrada», provém o dever de elaborar e promover inclusivamente uma adequada e correspondente expressão de «espiritualidade», arraigada na Palavra de Deus.
  • Uma espiritualidade assim entendida brota a luz capaz de dar sentido a toda a vida, precisamente a partir da que se vive no movimento rodoviário e ferroviário. A mobilidade, fenómeno que caracteriza o homem contemporâneo, deve ser vivida de modo cristão, exercendo as virtudes teologais e cardeais. Para o fiel, também a estrada se torna caminho de santidade.”

Actividades que podem ser realizadas

  • Celebrações e actividades no dia do motorista (dia 25 de Julho – dia de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas),
  • confecção e distribuição de material referente à Pastoral da Estrada,
  • entrevistas em rádios,
  • palestras nas paróquias, inclusive com agentes de trânsito,
  • bênção das viaturas,
  • vigília de oração e reflexão com motoristas,
  • evangelização da estrada por grupos já organizados de motoristas,
  • oração e bênção nas paragens de autocarros e parqueamentos de caminhões,
  • confecção de camisolas com os dizeres “PAZ NA ESTRADA”.
  • Outras…

Podemos então concluir com o que, nos diz o antigo Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, no Documento “Orientações para a Pastoral da Estrada- Rua”:

“A evangelização do ambiente da estrada propõe-se a este âmbito peculiar, facilitando em toda a parte a transmissão do Alegre Anúncio e a administração dos Sacramentos, a direcção espiritual, o counseling e a formação religiosa dos automobilistas, dos transportadores profissionais, dos passageiros e daqueles que estão de alguma maneira ligados à estrada e à ferrovia.”

Grupos com os quais actua:

  • Utentes da estrada: automobilistas, camionistas, motociclistas e peões, etc.
  • Da ferrovia: o caminho-de-ferro e a quantos trabalham nos vários serviços que a eles estão ligados (passageiros de comboio, vendedores na linha férrea…)
  • As mulheres de rua
  • Meninos de rua
  • Pessoas sem morada fixa.
  • Reguladores de trânsito
  • Os vendedores de combustíveis
  • Destacamentos de sinistralidade rodoviária

PASTORAL DA AVIAÇÃO CIVIL

A Pastoral da Aviação Civil faz parte da missão universal da Igreja, de proclamar a boa nova a todos os povos no mundo da aviação civil.

Grupos com os quais actua:

  • Aos membros da tripulação, incluindo os que se encontram em formação,
  • Ao pessoal de terra, aeroportuário e prestadores de serviços,
  • Aos trabalhadores para o abastecimento dos aviões ou o serviço dos passageiros,
  • Aos passageiros e a categorias especiais,
  • Aos refugiados que se encontram em centros de retenção no aeroporto,
  • Às pessoas em dificuldades, aos sem-abrigo, que encontram refúgio nos aeroportos, e a outras pessoas em situações similares.
  • Inclui o contacto com as famílias, aos aposentados da Aviação Civil.
  • À todos os que pertencem à comunidade da Aviação Civil, de maneira permanente ou temporária, independentemente da nacionalidade, credo religioso ou cultura, dedicando especial atenção aos que, entre eles, são mais empobrecidos, desfavorecidos, sofredores ou marginalizados.

Acções concretas possíveis

  • Haver nos aeroportos uma Capela católica e/ou ecumência;
  • Serviços pastorais : contactos pessoais, atendimento pastoral, serviços litúrgicos, celebrações, etc.
  • Haver no aeroporto um capelão e/ou diácono, religioso(a), outros agentes pastorais e colaboradores sociais;
  • Capela funerária na própria área de carga para atendimento digno no embarque ou desembarque aos restos mortais.

Padroeira da Aviação Civil

Nossa Senhora do Loreto

APOSTOLADO DO MAR

Todos os anos, no segundo domingo de julho, é celebrado o Domingo do MarAs comunidades católicas de todo o mundo rezam por aqueles que trabalham no setor marítimo e por aqueles que zelam por eles.

O Domingo do Mar é uma oportunidade para chamar a atenção para um dos setores de que pouco se fala, mas que está no centro da vida de todos. O Cardeal Czerny, resalta que “os trabalhadores do mar contam-se entre os membros menos visíveis de toda a humanidade, mas é através dos seus esforços ocultos que asseguram muitas das nossas necessidades.”

Tais esforços muitas vezes enfrentam injustiça, exploração e desigualdade. É por isso que a Igreja acompanha e defende os trabalhadores. “É maravilhoso quando a dignidade e os direitos destes profissionais são defendidos pelos voluntários, capelães e membros das Igrejas locais que se dedicam à pastoral do mar nos portos.”

Foi por meio do mar que a Igreja se formou e se espalhou por todo o mundo.

O Apostolado do Mar é responsável pela pastoral dos Povos do Mar: marinheiros mercantes e de pesca, navios de passageiros e de cruzeiro, trabalhadores de plataformas; trabalhadores portuários e marítimos; famílias e reformados dos ramos acima mencionados; estudantes de institutos náuticos; todos os que colaboram de forma estável com o Apostolado do Mar.

Os trabalhadores do mar contam-se entre os membros menos visíveis de toda a humanidade, mas é através dos seus esforços ocultos que asseguram muitas das nossas necessidades.” Tais esforços muitas vezes enfrentam injustiça, exploração e desigualdade. É por isso que a Igreja acompanha e defende os trabalhadores e, como afirma o Cardeal Czerny, “é maravilhoso quando a dignidade e os direitos destes profissionais são defendidos pelos voluntários, capelães e membros das Igrejas locais que se dedicam à pastoral do mar nos portos.”

Actividades a serem realizadas

  • Bênção aos pescadores, embarcações e fiéis.
  • Sensibilização com os pescadores.
  • Formação com a polícia marítima.

PASTORAL PARA OS REFUGIADOS E COMUNIDADES DE MIGRANTES

Grupos com os quais actua:

  • Refugiados
  • Retornados
  • Repatriados
  • Migrantes
  • Pessoas víctimas do tráfico humano

A acção pastoral junto aos refugiados se inspira na Família de Nazaré, que é forçada a deixar sua terra e vai buscar asilo no Egipto, para escapar da ira do Rei, que ordena perseguição e morte aos inocentes:

Eis que o Anjo do Senhor manifestou-se a José e lhe disse: ‘Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egipto. Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar’.” (Mt. 2, 13-14).

Esta tarefa se expressa por várias atitudes

  • Contacto pessoal,
  • defesa dos direitos do indivíduo e de grupos,
  • denúncia das injustiças e das causas que geram refugiados,
  • demanda de leis que garantam a protecção efectiva dos refugiados,
  • educação contra a xenofobia,
  • formação de grupos de voluntariado e de fundos para emergências e assistência espiritual. (cfr. n. 26)
  • Conclama a comunidade cristã a vencer o medo e a desconfiança em relação aos refugiados;
  • não deve considerá-los como uma ameaça à sua identidade cultural e ao seu bem-estar, mas acolhê-los como um estímulo a caminhar com estes novos irmãos, ricos de dons particulares, num processo incessante de formação de um povo capaz de celebrar a sua unidade na diversidade.
  • Benevolência, respeito, confiança e partilha exprimem concretamente uma cultura de solidariedade e de acolhimento. (cfr. N. 27)

Actuação directa junto aos migrantes e refugiados

  • Acolhida, sobretudo em regiões de fronteira ou de expressiva passagem de solicitantes de refúgio e de refugiados;
  • Orientação jurídica e defesa de processos;
  • Assistência emergencial quando da chegada no país e, me casos especiais, por vários meses, até a definição a respeito do pedido de refúgio;
  • Repasse de orientações a qualquer parceiro da Rede, a respeito de situações individuais ou colectivas; acomodação em albergues ou pousadas;
  • Assistência psicológica;
  • Busca de escolas e providência para que as crianças e adolescentes não percam a idade escolar em seu processo formativo;
  • Apoio e defesa, inclusive jurídica, em caso de detenção ou prisão ou em processo de Extradição;
  • Articulação com outras confissões religiosas para atendimento, para o culto ou para apoio sócio-assistencial;
  • Consultoria Jurídica e Administrativa, para subsidiar os estrangeiros a decidirem pela solicitação ou não do refúgio e em caso de apresentação de recursos, quando a solicitação é denegada;
  • Actividades religiosas com os migrantes e refugiados (Missas, celebrações, culto ecuménico)
  • Feira do migrante e Refugiado
  • Comemorações do Dia Internacional do Migrante e Refugiado estipulado pela Igreja e pela ONU
  • Peregrinação ao Santuário Nacional com Migrantes e Refugiados.
  • Semanas de sensibilização dos direitos dos Migrantes e Refugiados.
  • Exposições artísticas no dia do Migrante e Refugiado.

Caminhemos na sinodalidade com as diversas pastorais, eis um caminho aberto e um pensamento em movimento.  “No entanto, devemos sempre nos lembrar da dimensão espiritual: nesta viagem há um peregrino invisível que é Jesus”.

E esta é a razão pela qual o Papa Francisco nos convida a ser mais sinodais: para encontrar Cristo.

A Sinodalidade se baseia num ato de fé que renova a importância da missão e antes de tudo, à escuta do Espírito Santo.

Esta é uma perspectiva fundamental dentro da qual devemos escutar o outro, embora permaneçamos sempre abertos às surpresas que o Espírito certamente nos proporcionará ao longo do caminho.

Cada sector específico da Pastoral da Mobilidade Humana deve buscar responder as necessidades do seu tempo e da sua realidade. A Igreja é sempre atenta e sensível aos mais esquecidos e desfavorecidos da sociedade.

Nossa missão é apresentar o rosto de Cristo Peregrino que acolhe, protege, promove e integra.

Grata pela atenção…