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A proposta de uma Ecologia cristã para o século XXI, na Exortação Apostólica Laudate Deum do Papa Francisco.

A Santa Sé publicou em 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis, a nova Exortação Apostólica Laudate Deum do Papa Francisco sobre a crise climática, dirigida a todas as pessoas de boa vontade. A reflexão decorre a partir do Dia Mundial de oração pelo Cuidado da Criação, realizado em 1 de setembro, que teve como lema: “Que jorrem a justiça e a paz”. Este dia marcou o início do tempo ecuménico da criação, que se concluiu em 4 de Outubro, festa de São Francisco de Assis e no início da Assembleia Sinodal sobre a Sinodalidade.

Em seis capítulos, Francisco faz um apelo à corresponsabilidade diante da emergência das mudanças climáticas, actualizando a temática proposta pela Encíclica Laudato Si. O Pontífice afirma que o mundo “está a  desmoronar e talvez se aproximando de um ponto de ruptura”.  Com cuidado o Papa afirma que os efeitos das alterações climáticas recaem sobre todos nós, mas principalmente sobre as pessoas mais vulneráveis. Ele ainda afirma que a ambição do ser humano é o que coloca tudo a perder.

Em sua mensagem, o Papa Francisco convida a ouvir ” o apelo a permanecer ao lado das vítimas da injustiça ambiental e climática, pondo fim a esta guerra insensata contra a criação “. O Santo Padre aborda a situação da mudança climática na Laudate Deum (” Louvai a Deus”) porque “o ser humano, que pretende tomar o lugar de Deus, torna-se o pior perigo para si mesmo” (LD 73), após a Carta Encíclica Laudato si promulgada na Solenidade de Pentecostes de 2015.

Exortação Apostólica Laudato Deum é composta de seis capítulos: No primeiro, “a crise climática global”, o Papa Francisco adverte que a mudança climática é inegável e seus efeitos estão a se tornar cada vez mais evidentes, “apesar de algumas tentativas de minimizá-los ou ridicularizá-los” (LD 6). Ele também lamenta que a principal causa desse problema seja a actividade humana e acrescenta que, embora não seja mais possível reparar certos danos, ainda podemos tomar medidas para evitar danos futuros ainda mais graves.

No segundo capítulo, o Santo Padre aborda o “paradigma tecnocrático” e enfatiza que a natureza não é um recurso a ser explorado sem medida, e nos exorta a reconhecer que a ambição desenfreada não é eticamente sustentável (LD 28).

No terceiro capítulo, o Papa Francisco chama a atenção para “a debilidade da política internacional” e enfatiza a necessidade urgente de uma cooperação global por meio de novos acordos multilaterais entre os Estados, porque as abordagens actuais e anteriores são insuficientes (LD 43).

No quarto capítulo, o Papa reflecte sobre “as conferências sobre o clima: progressos e fracassos” e incentiva a superação das posições egoístas dos países em benefício do bem comum global (LD 44, 52) e, no quinto capítulo, reflecte sobre “o que se espera da COP28 em Dubai”, se não quisermos condenar a humanidade.

No último capítulo, “motivações espirituais”, o Santo Padre conclama as pessoas de todas as denominações religiosas a reagir. Ele também lembra aos católicos que, à luz da fé, há uma responsabilidade de cuidar da criação de Deus e que isso implica o respeito pelas leis da natureza e o reconhecimento da beleza e da riqueza da criação de Deus. Por fim, o Santo Padre ressaltou a importância da sinodalidade e desejou “que neste Tempo da Criação, como seguidores de Cristo em nossa jornada sinodal comum, vivamos, trabalhemos e rezemos para que a nossa casa comum seja novamente repleta de vida e nos engajemos na “reconciliação com o mundo em que vivemos” (LD 69).

Causas que estão na base da degradação do ambiente e consequentes mudanças climáticas
  1. Acção humana

No primeiro capítulo da Laudate Deum o Santo Padre ressalta que as causas dos impactos ambientais estão relacionadas explicitamente à acção humana no espaço geográfico, com destaque para o desenvolvimento das actividades produtivas em sectores económicos. Desse modo, são causas importantes dos impactos ambientais:

  • Remoção da vegetação provocada por actividades como a agro-pecuária;
  • Poluiçãoatmosférica causada por diferentes sectores da indústria global;
  • Alteração dos recursos naturais, como a água, o ar, a vegetação e o solo;
  • Deposição incorrecta de lixo e resíduos sólidos na superfície do planeta;
  • Modificação do relevo que é resultado da extracção de recursos minerais;
  • Contaminação das fontes de água devido às várias actividades produtivas;
  • Expansão de fenómenos como a urbanização e a industrialização mundial.
  • Queimadas e abate indiscriminado de árvores e até florestas mesmo.

A origem humana dessas alterações “já não se pode pôr em dúvida”, assinala Francisco, que ainda toca no assunto da emissão de gases de efeito estufa. Ele correlaciona a maior concentração desses gases na atmosfera ao aumento da temperatura do planeta e à consequente acidificação dos mares e no derretimento dos glaciares. Para o Pontífice, essa coincidência é impossível de ser escondida. “A esmagadora maioria dos estudiosos do clima defende esta correlação, sendo mínima a percentagem daqueles que tentam negar esta evidência. Infelizmente, a crise climática não é propriamente uma questão que interesse às grandes potências económicas, preocupadas em obter o maior lucro ao menor custo e no mais curto espaço de tempo possíveis” (n. 13).

O Santo Padre, diante desta correlação entre os enormes progressos e a desenfreada intervenção humana sobre a natureza, declara a urgência de uma visão mais ampla, uma vez que algumas das manifestações dessa crise climática são irreversíveis por algumas centenas de anos. “Tudo o que se nos pede é uma certa responsabilidade pela herança que deixaremos atrás de nós, depois da nossa passagem por este mundo”, exorta.

2.      O poder da tecnologia

Prosseguindo, o Papa disserta sobre o “paradigma tecnocrático”, que “consiste, substancialmente, em pensar como se a realidade, o bem e a verdade desabrochassem espontaneamente do próprio poder da tecnologia e da economia”. O Pontífice aponta que “nunca a humanidade teve tanto poder sobre si mesma, e nada garante que o utilizará bem, sobretudo se se considera a maneira como o está a fazer”, alertando ainda sobre o risco de concentrar este poder em apenas uma pequena parte da humanidade.

Para salvar o planeta são necessárias leis urgentes e justas, diz o Papa. Ele também reitera que “o mundo que nos rodeia não é um objecto de exploração, utilização desenfreada, ambição sem limites” e que o homem está incluído na natureza, o que “exclui a ideia de que o ser humano seja um estranho, um factor externo capaz apenas de danificar o ambiente”. “Realizamos progressos tecnológicos impressionantes e surpreendentes, sem nos darmos conta, ao mesmo tempo, que nos tornamos altamente perigosos, capazes de pôr em perigo a vida de muitos seres e a nossa própria sobrevivência”, reflecte Francisco. É com razão que Francois Rabellais dizia: “Ciência sem consciência é ruína da alma”.

3.      Políticas internacionais fracas

Na sequência, ele denuncia a fraqueza das políticas internacionais e pede o favorecimento de acordos multilaterais entre os Estados. O Pontífice pede “organizações mundiais mais eficazes, dotadas de autoridade para assegurar o bem comum mundial” e “duma real autoridade que possa ‘assegurar’ a realização de alguns objectivos irrenunciáveis”. Assim, o Santo Padre propõe um multilateralismo “a partir de baixo”, e não “decidido pelas estruturas de poder”, identificando a necessidade de um “quadro diferente para uma cooperação eficaz” e “uma espécie de maior ‘democratização’ na esfera global” para que sejam cuidados os direitos de todos.

Em relação à COP28, Francisco fala sobre o “sonho” de que esta conferência “leve a uma decidida aceleração da transição energética, com compromissos eficazes que possam ser monitorizados de forma permanente”, uma vez que, para ele, a transição para as energias limpas, actualmente, não avança de forma suficientemente rápida. O Papa também pede o fim da “atitude irresponsável” daqueles que “ridicularizam” a questão ambiental por interesses económicos. Ele expressa seu desejo de que a COP28[1] possa levar a estratégias capazes de “pensar mais no bem comum e no futuro dos seus filhos, do que nos interesses contingentes de algum país ou empresa”, mostrando a nobreza da política, e não sua vergonha. E ainda questiona os poderosos: “para que se quer preservar hoje um poder que será recordado pela sua incapacidade de intervir quando era urgente e necessário fazê-lo”? “Devemos transformar as políticas públicas que regem nossas sociedades e moldam a vida dos jovens de hoje e de amanhã”, encoraja o Papa Francisco.

4.      Mudança cultural

Por fim, Francisco recorda como a fé cristã faz brotar esses compromissos, e incentiva “os irmãos e irmãs de outras religiões a fazerem o mesmo”. Ele ainda cita como é necessária uma mudança cultural – que parte da mudança nas pessoas – para reduzir os esbanjamentos, consumir de forma sensata e criar uma nova cultura. “Assim, juntamente com as indispensáveis decisões políticas, estaríamos no caminho do cuidado mútuo”, conclui.

 Relação das alterações climáticas com a justiça

Embora estejamos a falar de desastres ambientais, esses fenómenos também se relacionam com questões de justiça. Isso porque eles revelam um flagrante desrespeito aos direitos humanos, especialmente à dignidade humana, uma vez que os mais atingidos por esses eventos climáticos têm sido regularmente os socialmente mais vulneráveis, como ribeirinhos e moradores de áreas de risco. Casos assim podem ser classificados como de injustiça ambiental ou mesmo de racismo ambiental, como um autor ousou chamar.

O novo estudo aponta que tragédias como essas se tornarão cada vez mais frequentes. Com todos esses alertas, é preciso evitar que populações frequentemente “invisibilizadas” pelo poder público e pelo modelo de vida que vivemos, sofram mais uma vez na história com o descaso e sejam vítimas de injustiças ambientais.

O recado é claro: metade da população mundial já vive sob risco climático e, infelizmente, não vamos mais conseguir frear alguns dos sérios impactos e efeitos da mudança do clima, mas é preciso pensar em como o mundo, e, em especial, as populações que vivem em territórios mais vulneráveis, irão se adaptar a eles. Responsabilizar os tomadores de decisão, cobrar planeamento e mobilizar a população pela justiça climática é um passo urgente no combate às desigualdades sócio-ambientais.

Principais consequências e impactos ambientais causados pelo homem

Os impactos ambientais são bastante abrangentes fruto das modificações artificiais na superfície terrestre e são muito evidentes. Dessa forma, são exemplos dos principais gerados pelo ser humano:

  • Períodos frequentes de calor anormal, e seca – e suas consequências – como o deslocamento de populações.
  • Chuvas catastróficas, entre outros “gemidos da terra”.
  • Aceleração insólita do aquecimento”
  • Perda da bio-diversidade e dos solos;
  • Poluição e contaminação do ar, do solo e da água;
  • Diminuição do volume das fontes de água;
  • Aumento dos fenómenos climáticos adversos mais frequentes e mais intensos.
  • Extinção das espécies nativas de animais e plantas;
  • Alteração dos padrões climáticos globais e regionais;
  • Perda da qualidade de vida das sociedades humanas;
  • Elevação do registo de várias doençase epidemias;
  • Diminuição da cobertura vegetal e das fontes de água;
  • Alteração na produção de alimentos e matérias-primas.
  • Acentuação das erosões, furacões, elevações do nível do mar e incêndios florestais, tempestades, ciclones, enchentes entre outros. Podemos falar do Brasil, da América do Norte, da Indonésia ou boa parte da Ásia e até já África. Vejamos o caso recente que se deu em Moçambique e não só… Chuvas e inundações intensas; em Fevereiro deste ano Maputo foi afectado por ciclones, particularmente o distrito de Boane, resultando em casas inundadas e submersas e perdas de colheitas. Muitas pessoas ficaram sem abrigo, água potável ou comida. Eles foram alojados em escolas. O ciclone Freddy atingiu o país por duas vezes: primeiro, no dia 24 de Fevereiro, atingiu a província de Inhambane, no sul, causando grandes danos; segundo a 11, 12 e 13 de Março, atingiu a cidade de Quelimane e a província da Zambézia, causando 143 mortes; danificou casas e instituições, incluindo a residência do bispo e igrejas, e inutilizou muitos campos de cultivo.

Baseado em dados, o sucessor de Pedro reflecte que, ao contrário do que muitos afirmam, a culpa do aquecimento global não é dos pobres. Ele ainda fala sobre a responsabilidade dos políticos e dos empresários para pensar em decisões e medidas efectivas para este problema.

Objectivos da Laudato Si/Laudate Deum

Estes sete objectivos fornecem orientações sobre ações urgentes e imediatas que cada um de nós pode realizar no cuidado de nossa casa comum. “Todos nós podemos cooperar como instrumentos de Deus para o cuidado da criação, cada um de acordo com sua própria cultura, experiência, envolvimento e talentos” (Laudato Si’ 14).

  • Resposta ao clamor da terra
  • Resposta ao clamor dos pobres
  • Economia ecológica
  • Adopção de estilos de vida sustentáveis
  • Educação ecológica 
  • Espiritualidade ecológico 
  • Resiliência e empoderamento da comunidade

 

Perspectivas e soluções que o Papa apresenta

Empenhamento ecológico para o cuidado integral do meio ambiente. O Papa Francisco exorta a uma pastoral ambiental ao lado da conversão ecológica, de que fala na Laudato Si. Que permaneçamos ao lado das vítimas da injustiça ambiental e climática ao ouvir “os batimentos do coração: o nosso, o das nossas mães e das nossas avós, o pulsar do coração da criação e do coração de Deus”.

a.      Responsabilidade para evitar maiores danos

Francisco reforça o pedido de socorro da Terra, e explica que entende sua responsabilidade em chamar a atenção para esses problemas e que pode parecer exagero a repetição desses pedidos, mas se faz extremamente necessário.

“Vejo-me obrigado a fazer estas especificações, que podem parecer óbvias, por causa de certas opiniões ridicularizadoras e pouco racionais que encontro, mesmo dentro da Igreja Católica. Mas não podemos continuar a duvidar que a razão da insólita velocidade de mudanças tão perigosas esteja neste facto inegável: os enormes progressos conexos com a desenfreada intervenção humana sobre a natureza”. Ele conta ainda que alguns danos são irreversíveis ou podem demorar anos até serem minimizados novamente, mas que nossas atitudes devem ser urgentes. Urgente uma visão mais alargada… tudo o que se nos pede é uma certa responsabilidade pela herança que deixaremos atrás de nós, depois da nossa passagem por este mundo”.

b.     O compromisso de todo cristão

Nossa Casa Comum é um presente feito por Deus, e é nosso dever cuidar bem de cada detalhe deste lugar. O Papa recorda as razões desse compromisso que brota da fé cristã, incentivando “os irmãos e irmãs de outras religiões a fazerem o mesmo”. “Isto não é um produto da nossa vontade… pois Deus uniu-nos tão estreitamente ao mundo que nos rodeia“. E ainda reforça: Não há mudanças duradouras sem mudanças culturais… e não há mudanças culturais sem mudança nas pessoas”. Nesse sentido, o Santo Padre propõe “transformar nossos corações, nossos estilos de vida e as políticas públicas que regem nossa sociedade e moldam a vida dos jovens de hoje e de amanhã “. Para isso, recordou que São João Paulo II exortou à “conversão ecológica”, que consiste em renovar ” nosso relacionamento com a criação, de modo que já não a consideremos como objecto a explorar, mas, ao contrário, guardemo-la como um sacro dom do Criador”.

Por uma conversão ecológica 

Francisco coloca-se na esteira de Francisco de Assis e inspira-se no Cântico das Criaturas para recordar que a terra “se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma mãe, que nos acolhe nos seus braços”. Esta terra agora, está maltratada e saqueada e ouvem-se os gemidos dos abandonados do mundo. É preciso uma “conversão ecológica”, uma “mudança de rumo”, para que o homem assuma a responsabilidade de um compromisso para o cuidado da casa comum, que é “ecologia integral”. Um compromisso para erradicar a miséria e promover a igualdade de acesso para todos aos recursos do planeta.

 Não à cultura do descartável 

A Encíclica faz, assim, um diagnóstico minucioso dos males do planeta: poluição, mudanças climáticas, desaparecimento da biodiversidade, débito ecológico entre o Norte e o Sul do mundo, antropocentrismo, predomínio da tecnocracia e da finança que leva a salvar os bancos em detrimento da população, propriedade privada não subordinada ao destino universal dos bens. Sobre tudo isto parece prevalecer uma cultura do descartável, usa e deita fora, algo que leva a explorar as crianças, a abandonar os idosos, a reduzir os outros à escravidão, a praticar o comércio dos diamantes de sangue[2]. É a mesma lógica de muitas máfias – escreve Francisco.

Necessária nova economia, mais atenta à ética 

Perante isto, podemos ler na Encíclica que é necessária uma “revolução cultural corajosa” que mantenha em primeiro plano o valor e a tutela da cada vida humana, porque a defesa da natureza “não é compatível com a justificação do aborto” e “cada mau trato a uma criatura é contrário à dignidade humana”. O Santo Padre pede diálogo entre política e economia e a nível internacional não poupa um juízo severo aos líderes mundiais relativamente à falta de decisões políticas a nível ambiental e propõe uma nova economia mais atenta à ética.

Investir na formação para uma ecologia integral 

A Encíclica de Francisco sublinha que se deve investir na formação para uma ecologia integral, para compreender que o ambiente é um dom de Deus, uma herança comum que se deve administrar e não destruir. E bastam pequenos gestos quotidianos: Necessidade de uma educação geral  e escolar para o cuidado integral do meio ambiente; até era urgente que nas escolas católicas tivéssemos disciplinas específicas e baseadas neste documento, a serem ensinas desde as escolas primárias às universidades e expressas em obras concretas. Por exemplo, em cada ano, cada curso que termina deveria deixar um campo plantado de arvores, às semelhança da floresta Laudato si do Namibe promovida pela CEAST e com sua extensão agora no Kuito Bié. Todas as Paróquias, Dioceses e Arquidioceses, escolas Católicas, Institutos, Universidades, poderiam ter uma floresta intitulada Laudato Si ou Laudate Deum.

Educação no seio familiar para o cuidado integral do meio ambiente, promovendo uma informação dos pais para os filhos ou dos filhos para os pais; Educação escolar ao cuidado integral ao meio ambiente; Educação na Igreja ao cuidado integral do meio ambiente; Educação social ao cuidado integral ao meio ambiente; fazer a recolha diferenciada dos lixos, não desperdiçar água e alimentos, apagar luzes inúteis, reaproveitamento do capim para estrume, em vez de queimadas, controlo da caça furtiva, repouso dos terrenos usados para a agricultura, para evitar o esgotamento dos solos,  reposição dos solos depois da extracção industrial de minerais, tratamento de resíduos sólidos, por meio da reciclagem, agasalhar-se um pouco mais em vez de acender o aquecimento. Desta forma, poderemos sentir que “temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo e que vale a pena sermos bons e honestos” – escreve o Papa.

[1] COP Conferência das partes éo encontro da Convenção-Quadro das  Nações Unidas sobre a mudança do clima, realizado anualmente por representantes de vários países com objectivo de debater asmudanças climáticas, encontrar soluções para os problemas ambientais que afectam o planeta e negociar acordos.

[2] Diamantes de sangue refere-se ao diamante extraído em uma zona de guerra, geralmente na África, onde actualmente cerca de dois terços dos diamantes do mundo são extraídos e vendidos para financiar grupos insurgentes ou um exército invasor ou, ainda, um senhor da guerra.

Os diamantes obtidos em uma zona de guerra são geralmente extraídos por mão de obra escrava ou trabalhadores em condições análogas à escravidão. Em geral, o negócio dos diamantes de sangue é associado aos financiadores de conflitos iniciados entre meados da década de 1990 e a década de 2000, na África Ocidental e Central.