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SUBIU AOS CÉUS

SUBIU AOS CÉUS
Os fiéis espalhados pelo mundo se encontram com os “corações ao alto” (sursum corda), não tanto para um espaço físico, mas acima de tudo voltados para o seu Senhor: “o nosso coração está em Deus” (introdução ao Prefácio).
Com efeito, a celebração da Ascensão do Senhor nos torna mais vivo o artigo da nossa fé, que a cada Domingo professamos e que nos faz reconhecer que o Senhor Jesus, terminada a sua missão na terra, “subiu aos céus, onde está sentado à direita de Deus”.
O Salmo responsorial do dia nos indica o tom certo desta “subida”. Não se trata de escalar com dificuldade uma montanha ou de procurar trepar um coqueiro ou qualquer outra árvore, muito menos de entrar num elevador ou voar num avião que nos vai conduzindo no meio da incerteza; não se trata de um empreendimento humano, pois se diz claramente: ergue-se Deus, o Senhor.
Esta subida é caracterizada por duas expressões significativas: em júbilo e ao som da trombeta. A alegria é caraterística da vitória que celebramos desde a noite santa da Vigília Pascal. A subida de Jesus ao Céu coroa a sua caminhada de vitória sobre a morte e sobre o mal e indica um sinal claro de esperança para a humanidade representada pelos discípulos. A trombeta indica o aspecto festivo desta subida, qual convite a celebrar a vitória do Senhor (cf. Sl 80: tocai a trombeta na lua nova e na lua cheia dia da nossa festa).
Na Segunda Leitura, se explica de maneira muito clara para onde vai o Senhor que “sobe”: colocou à sua direita nos Céus, acima de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania, acima de todo o nome que é pronunciado, não só neste mundo, mas também no mundo que há-de vir. Tudo submeteu aos seus pés e pô-l’O acima de todas as coisas como Cabeça de toda a Igreja, que é o seu Corpo, a plenitude d’Aquele que preenche tudo em todos.
O texto não podia ser mais claro. E se alguma dúvida ainda restasse, é o próprio Jesus no Evangelho a esclarecer: Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra.
E a nós, que nos resta? Certamente não é para ficar olhando para o céu. Se trata de partir em missão, continuar a obra do Senhor: Ide e fazei discípulos de todas as nações, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».
Lembremo-nos que o Domingo é o primeiro dia da semana, momento de partida, de início de uma nova fase da história, iluminada pela ressurreição do Senhor e que nos envia pelo mundo como suas testemunhas.
Jeremias dos Santos Moisés, p.