VI Domingo PÁSCOA – Ano C
1ª Leitura: At 15,1-2.22-29; Sl. 66; 2ª Leitura: Ap 21,10-14.22-23; Ev. Jo. 14,23-29
Saudações em Cristo Jesus: Deus é nosso Pai, somos todos irmãos…
ESTÁ VIVO, ESTÁ RESSUSCITADO…!!
Estimados cristãos, irmãos e irmãs estamos aos poucos concluindo o tempo pascal. Hoje estamos a celebrar o sexto Domingo do tempo Comum, no próximo domingo será celebrada a Solenidade da ascensão de Jesus, e a seguir será a solenidade de Pentecostes.
Olhando para os textos deste dia, podemos perceber mais uma vez a necessidade do encontro do Evangelho com as culturas. Para isso, são necessárias algumas predisposições: no meio de dificuldades, de confusões, falta de clareza, de definições, objectivos ou até mesmo conteudos, o caminho mais curto e adequado é dialogar, sentar, gastar tempo para juntos encontrar uma saída. Um momento em que toda a Igreja é chamada a olhar para o espirito e o estilo sinodal, o concilio de Jerusalém, que teve de lidar com problemas e dificuldades pode ser um bom ponto de partida.
A primeira leitura de hoje é essencialmente educativa e pedagógica para aquilo que é o nosso contexto. Naquele tempo os cristãos que se reuniram em Jerusalém tiveram de escolher entre a novidade trazida pela linha de São Paulo e seus companheiros (diálogo e actualização do hoje) e outro grupo que quer conservar o património antigo, cultural, religioso (convicções, tradições, hábitos, costumes, mentalidades). A Primeira leitura ajuda-nos a perceber como se resolvem os problemas e as dificuldades dentro de uma congregação, comunidade cristã, religiosa, paróquia ou grupo de oração? Quais são os critérios para colocar no centro da vida cristã o que é essencial?
Nós baptizados, não devemos partir da premissa quem são os tradicionalistas e/ou progressistas, mas olhar para aquilo que diz hoje o Amor de Deus por nós… De facto, quanto à vida cristã, para a nossa salvação o único critério que deve prevalecer é a experiência de Cristo Ressuscitado.
Na segunda leitura do livro do Apocalipse, começa com a imagem de uma porta aberta no céu… e termina com uma imagem semelhante: uma cidade, a Jerusalém celeste, aberta por doze portas que convidam todos a entrar, resplandecentes da Glória de Deus que nos espera no futuro: é o paraíso em que viveremos para sempre, uma cidade que não precisa mais da luz, do sol ou da lua, pois existe o amor que cobre a todos os que professam e vivem o seu baptismo e consagração.
No Evangelho de hoje, Jesus declara que vai preparar-nos um lugar, que se esconde no Amor: “Se alguém me ama, guardará a minha Palavra e meu Pai o amará e iremos a ele e faremos a nossa casa nele”. Esta passagem e outras que encontramos no texto são suficientes para suscitar no cristão os verdadeiros sonhos de Deus: o Amor, a paz, o desejo de comunhão e salvação. A vida nova é o amor de Deus que já está inscrito em nós. A vida cristã, divina encontra-se com dois aspectos sobre os quais somos chamados a refletir e rezar todos os dias: o amor cristão e a paz de Cristo. Nem todos os amores que existem no mundo são cristãos; e também a paz, não pode ser sob certas condições. Será podemos falar sobre amor verdadeiro quando não escutamos um ao outro? Quando não há sensibilidade e vontade de abrir espaço para a pessoa do irmão, irmã na nossa vida, nos nossos compromissos? Não parece hipocrisia repetir a palavra AMOR e depois agir como se o amado não existisse? É cristão exigir a presença de Deus, mas sem corresponder com a sua vontade? Deus pode torna-se na nossa vida espiritual e cristã propriedade privada, objecto de prazer, uma conquista da qual até posso me orgulhar…
Jesus pede amor para si, e coloca-se como objectivo o sentimento humano, mas Deus faz isso com seu próprio estilo: delicadeza, respeito, liberdade, humilde, fragilidade, pureza e paciência. O amor é uma escola como fermento e sal da vida. Como tudo isto acontece? Através do Espirito santo que nos ensina e explica toda a verdade. Espírito este que é um tesouro que nunca termina, uma fonte que nunca se cala, um vento que nunca descansa. Que não envolve apenas alguns, mas a todos que buscam de coração sincero a sua santa vontade. Deus já nos deu tudo em Cristo, mas ainda assim nos deixa o consolador que não vai revelar coisas estranhas, mas aquelas coisas que Jesus nos deixou. Ele vem nos fazer recordar o Amor de Deus e todas àquelas coisas que têm haver com a vida cristã. Em suma, somente no relacionamento com Deus o cristão encontra a paz, encontra-a porque Deus a dá graças aos méritos de Jesus Cristo que, justamente por isso, se sacrificou gratuitamente. Por isso, a paz é um dom, não se estabelece automaticamente ou impõe; é oferta a que cada um cabe responder com a sua inteligência e à sua liberdade, acolhendo e valorizando-a
EXERCÍCIO SEMANAL: Rezar 10 Ave Marias, pela Paz no mundo
Desejo a todos, a todas e cada um, um santo e abençoado Domingo. Estamos juntos
Ir. Pe. Alberto Sissimo, psdp