Laudato Sì

Ecologia Integral

(Números 137 – 162)[1]

O coração do que a Encíclica propõe é uma ecologia integral que seja modelo de justiça na terra; ume ecologia “que respeite o nosso lugar único como seres humanos neste mundo e a nossa relação com o que nos rodeia”  (LS 15). De facto, “a natureza não pode ser vista como separada de nós próprios como um mero acaso onde vivemos” (LS 139). Isto é verdade e envolve-nos em vários aspectos: na economia e política, em diferentes culturas, particularmente nas mais ameaçadas a cada momento das nossas vidas.

A perspectiva integral também coloca em acção a ecologia das instituições: “Se tudo está relacionado, a saúde das instituições afecta o ambiente e a qualidade da vida humana”. “Cada violação contra a solidariedade e amizade cívica danifica o ambiente” (LS 142).

Com muitos exemplos concretos, o Papa Francisco confirma o seu pensamento de que “a análise dos problemas do ambiente não pode ser separada de uma análise dos contextos humanos, familiares, urbanos e ligados ao trabalho e de como os indivíduos se relacionam uns com os outros” (LS 141). “Não estamos confrontados com duas crises separadas, uma ambiental e a outra social, mas sim como uma crise complexa que é tanto social como ambiental” (LS 139).

“A ecologia humana é inseparável da noção de bem comum” (LS 156), mas deve ser entendida de forma concreta. No contexto de hoje, no qual, “Abundam injustiças e um crescente número de pessoas são privadas dos direitos humanos básicos e consideradas como gastáveis” (LS 158), comprometer-se com o bem comum significa tomar opções em solidariedade baseadas “numa opção preferencial pelos nossos irmãos e irmãs mais pobres” (LS 158). Esta é também a melhor maneira de deixar às gerações vindouras um mundo sustentável, não só pela proclamação, como pelo compromisso de cuidar dos pobres de hoje, como foi sublinhado por Bento XVI: “Em adição a um sentido mais justo de solidariedade inter-geracional temos também uma necessidade moral urgente de uma renovada solidariedade intra-geracional” (LS 162).

Ecologia integral também envolve o dia-a-dia. A Encíclica dá uma atenção específica ao ambiente urbano. O ser humano é capaz de uma grande adaptação e “uma criatividade e generosidade admiráveis são mostradas por pessoas e grupos que respondem às limitações ambientais aliviando os efeitos adversos dos seus ambientes e aprendendo a viver produtivamente na desordem e na incerteza” (LS 148). Apesar disso, o desenvolvimento autêntico pressupõe um melhoramento integral da qualidade da vida humana: espaços públicos, habitação, transporte, etc. (LS 150-154).

Também “a aceitação dos nossos corpos como dons de Deus é vital para receber e aceitar o mundo inteiro como um dom do Pai e a nossa casa comum, enquanto pensar que gozamos de poder absoluto sobre os nossos corpos, subtilmente, torna-se em pensar que gozamos de poder absoluto sobre a criação” (LS 155).

1. Individual e colectivamente reflectir e debater o Mandato para Cuidar da Criação. Estamos a fazê-lo? Como?

2. Estabelecer objectivos e praticar os princípios da Doutrina Social da Igreja incluindo o Cuidado pela Criação para reduzir e lutar contra a degradação ambiental, poluição e injustiças nas diferentes áreas, começando em casa, Pequenas Comunidades Cristãs, Associações, comunidade paroquial, comunidade, escola, Paróquia, etc;

 

 

 

 

 

 

[1] https://catholicclimatemovement.global/