(Números 17-61)[1]
Este capítulo apresenta as mais recentes descobertas sobre o ambiente como uma forma de ouvir o grito da criação “para se tornar dolorosamente consciente, para ousar tornar o que está a acontecer ao mundo no nosso próprio sofrimento e assim descobrir o que cada um de nós pode fazer por ele” (LS 19). Lida com “vários aspectos da crise ecológica presente” (LS 15).
Poluição e alterações climáticas: “A mudança do clima é um problema global com implicações ambientais, sociais, económicas e políticas e para a distribuição de bens; representa um dos principais desafios que a humanidade enfrenta hoje” (LS 25). Se “o clima é um bem comum, pertencente a todos, é para todos” (LS 23), o grande impacto desta mudança recai sobre os pobres, mas “muitos dos que possuem mais recursos e poder económico e político parecem mais preocupados em escurecer os problemas ou esconder os seus sintomas” (LS 26). “A nossa falta de resposta a estas tragédias que envolvem os nossos irmãos e irmãs aponta para uma falta de sentido de responsabilidade para com os nossos compatriotas sobre os quais assenta a sociedade civil” (LS 25). A poluição afecta mais os pobres já que se traduz em sérios perigos para a saúde.
O tema da água: o Papa afirma claramente que o “acesso à água potável é um direito humano básico e universal, já que é essencial para a sobrevivência humana e, como tal, a condição para o exercício de outros direitos humanos”. Privar os pobres do acesso à água significa negar-lhes o “direito a uma vida consistente com a sua inalienável dignidade” (LS 30). Onde há água, há vida, por isso as fontes / reservas de água doce devem ser preservadas porque são necessárias para a saúde, agricultura e industria.
Perca de biodiversidade: “Cada ano testemunha o desaparecimento de milhares de plantas e animais que nunca conheceremos, que os nossos filhos nunca verão, porque estão perdidas para sempre” (LS 33). A perca da biodiversidade significa a perturbação e perca de muitas espécies e recursos, que não são quaisquer “recursos” exploráveis, mas têm um valor por si mesmos. Nesta perspectiva, “temos de agradecer os esforços louváveis dos cientistas e engenheiros dedicados a encontrar soluções para os problemas criados pelos homens”, mas quando a intervenção humana está ao serviço da alta finança e do consumismo, “está a tornar a terra menos bonita, mais limitada e cinzenta” (LS 34). Assim, o valor das espécies está na sua criação por Deus e os humanos não têm o direito de as destruir ou de lhes retirar a possibilidade de viver e concretizar a sua finalidade e de dar glória a Deus.
Declínio da qualidade da vida humana e quebra da sociedade: numa armação de uma ética de relações internacionais, a Encíclica indica como existe no mundo uma “verdadeira dívida ecológica” (LS 51) estando o norte em dívida para com o Sul. Tendo como pano de fundo as alterações climáticas, há “responsabilidades diferenciadas” (LS 52), e as dos países desenvolvidos são maiores.
Conscientes das profundas diferenças sobre estes assuntos, o Papa Francisco mostra como “as respostas fracas” afectam profundamente muitas vidas. Embora não haja faltas de exemplos positivos (LS 58), nota-se uma “satisfação e uma irresponsabilidade (algo) leviana” (LS 59). Falta uma cultura adequada (LS 53) bem como uma vontade de mudar o estilo de vida, de produção e de consumo (LS 59), enquanto não existem esforços “para criar uma armação que estabeleça limites claros e assegure a protecção dos ecossistemas” (LS 53).
Actividades Sugeridas
- A sós ou em diálogo com colegas, família, Pequenas Comunidades Cristãs (de base, de bairro) Associações, em comunidade, na escola, na Paróquia, etc;
- Reflectir sobre como cada aspecto da vida depende da água. O que acontecerá se a água que usares estiver poluída?
- Discute e encontra soluções para a poluição da água na tua comunidade, com as autoridades locais.
- Reflecte sobre os teus efeitos sobre a água, degradação da terra, erosão do solo, perca de Biodiversidade, etc. e encontra soluções
- Entra em actividades que invertam na tua área desafios como a erosão do solo, degradação geral da terra e perca de biodiversidade.
- Encontra soluções e maneiras de inverter a situação.
- Planta especialmente árvores indígenas, erva, relva, etc.
- Reúne com as autoridades locais, o teu Pároco e aconselha-te junto do Ministério responsável pela Floresta e Conservação dos solos.
- Responde ao urgente apelo do Papa Francisco para agires, tendo em conta o Compromisso da Laudato Sì, para:
- Rezar pela e com a criação;
- Viver de forma mais simples;
- Pressionar para proteger a nossa casa Comum.
[1] https://catholicclimatemovement.global/