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III Domingo de Páscoa – Ano C

Antes de entrarmos nos textos sagrados, gostaria de dizer que os assistentes (padres e madres) e dirigentes (adultos) escuteiros católicos de Angola e São Tomé “CEAST”, estiveram reunidos na Arquidiocese do Huambo, de 30 de Abril a 4 de Maio de 2025, no seu III encontro nacional onde foram debatidos vários assuntos ligados aos escuteiros, sobretudo, o papel do escutismo católico dentro da Igreja. Também estou no Huambo como assistente escutista da Arquidiocese de Luanda.

Agora, comentando acerca do que interessa a todos nós, a liturgia deste terceiro Domingo Pascal dirige uma vez mais o nosso olhar para o acontecimento central da nossa fé que celebramos desde o Domingo de Páscoa até ao dia de Pentecostes: a ressurreição de Jesus. Portanto, convida-nos especialmente a redescobrir e imitar os Apóstolos e as primeiras comunidades cristãs do jeito que eram unidas e colocando tudo ao serviço de todos e todas, dando continuidade da obra salvadora de Jesus.

A primeira leitura – At 5,27b-32.40b-41

A primeira leitura mostra-nos como a comunidade cristã de Jerusalém testemunha a vida nova que brota de Jesus ressuscitado. Embora as autoridades judaicas tentem calá-los, os Apóstolos, porém, estão decididos e dispostos a oferecer a todos os habitantes de Jerusalém a “boa notícia” de Jesus. A verdade, a vitória definitiva de Deus sobre a morte e o pecado, têm de ser anunciados de cima dos telhados, a fim de que o mundo encontre nesse “evangelho” uma nova esperança, uma nova maneira de ver o mundo e os grandes acontecimentos que vão nos revelando a acção do Espírito Santo que guia e protege a Igreja, através de homens e mulheres que nela vivem.

Agora, corajosamente diante do Sinédrio que interroga os discípulos em meio a ameaças, podemos vislumbrar nas palavras de Pedro, a semente do que mais tarde se tornará o que conhecemos como “Credo” ou “Símbolo Apostólico” (que rezamos aos domingos e solenidades). Ao falar diante dos perseguidores, Pedro e os discípulos cumprem os pedidos feitos por Jesus na terceira vez que apareceu a eles como ressuscitado. Como acontece em todas as épocas, o Evangelho anunciado desperta o espírito de conversão na vida do povo e enfrenta a resistência de pessoas e líderes da parte da sociedade afastada de Deus. Mesmo que o mundo se oponha ao nosso testemunho, o cristão deve antes obedecer a Deus do que aos homens.

A segunda leitura – Ap 5,11-14

Na segunda leitura, Jesus o “Cordeiro” imolado que venceu a morte e que trouxe aos homens e mulheres a libertação definitiva, é aclamado pelos anjos, pelo povo de Deus, pela humanidade inteira, por todos os seres criados. Agora poderá concretizar-se o projeto de Deus de oferecer a sua salvação a todas as criaturas “que há no céu, na terra, debaixo da terra, no mar” e no universo inteiro. Somos convidados a associar-nos, também, a este cântico jubiloso.

O Evangelho – Jo 21,1-19

O Evangelho oferece-nos uma parábola sobre a maneira de os discípulos de Jesus concretizarem a missão que lhes foi confiada. Chamados a libertar os seus irmãos do mar de sofrimento em que vivem mergulhados, os discípulos têm de contar com Jesus e de seguir as orientações do Mestre. Se ignorarem Jesus, cairão num activismo estéril, sem sentido e sem objectivo; se agirem de acordo com as orientações de Jesus, serão verdadeiramente arautos da salvação de Deus.

Concluindo a nossa reflexão dominical, percebo que somos chamados a continuar a missão de Cristo ressuscitado no mundo. Não tenhamos medo, porque o Senhor venceu a morte.

Desejo a todos boa continuação da Páscoa da Ressurreição do Senhor Jesus.