Nestes dias (que são quase os últimos do ano litúrgico), encontramos por um lado o convite de Deus laçado a todos para que tomem parte do banquete do Reino de Deus, e por outro lado a necessidade de dar uma resposta a essa oferta divina. Com efeito a segunda leitura termina falando da aparição de Cristo para dar a salvação àqueles que O esperam.
A oferta plena de Deus exige também uma resposta total. O dom pleno de Deus espera uma oferta total dos convidados.
Nesse sentido, a liturgia deste Domingo XXXII do Tempo Comum nos apresenta paradoxalmente uma viúva como modelo. Aquela que estava sempre entre as classes mais desfavorecidas, que precisaria (como o órfão) da ajuda de todos, aparece como que a dar uma grande lição e a ser uma luz para todos.
E a lição que a viúva dá é justamente de doação total. Ela não dá um resto, não faz contas, não se preocupa com o dia de amanhã (Mt 6,34), ela entrega a Deus tudo o que tem, como que rivalizando (Rm 12,10) com Deus que lhe deu tudo.
A viúva da primeira leitura nos representa nas nossas dúvidas e preocupações perante o convite de Deus: «Tão certo como estar vivo o Senhor, teu Deus, eu não tenho pão cozido, mas somente um punhado de farinha na panela e um pouco de azeite na almotolia. Vim apanhar dois cavacos de lenha, a fim de preparar esse resto para mim e meu filho. Depois comeremos e esperaremos a morte».
A resposta do Senhor, através de Elias, é aquela característica de Deus: não temas! Afinal, o Senhor faz justiça aos oprimidos, dá pão aos que têm fome e a liberdade aos cativos (Sl 146).
Por isso, como diz o Santo Padre, “o pedido de Jesus é o amor. Quando o coração fiel o descobre, a resposta que brota espontaneamente não é uma custosa busca de sacrifícios ou o mero cumprimento de um pesado dever, é uma questão de amor: «Recebi de Deus graças muito grandes do seu amor, e senti-me impelida do desejo de lhe corresponder de algum modo e de lhe pagar amor por amor» (Dilexit nos 166).
Vai e faz o mesmo! (Lc 10,37)