30° Domingo do tempo comum-Ano C
As leituras que a liturgia nos propõe neste 30° Domingo do tempo comum, Ano C, convidam-nos a pobreza espiritual ou seja a humildade, porque Deus age não com a excepção de pessoas (Ben-Sirá 35, 15b-17.20-22a) ou seja todos são filhos de Deus. O trecho do Evangelho segundo S. Lucas 18, 9-14 fala-nos do publicano e do fariseo. O fariseo ora com orgulho e falta de humildade enquanto o publicano ora batendo o peito «Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador». Na esteira do Evangelho podemos dizer que a redenção é para todos e a condição é a humildade e não o orgulho. A Humildade é a base da justificação ou seja redenção e não o orgulho e megalomania. Por isso Jesus diz que o fariseo pelo facto de se exaltar não regressou a casa justificado mas sim o publicano que batendo o peito diz: «Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador».
O mundo de hoje precisa de bater o peito como o publicano e reconhecer a necessidade da misericordia de Deus como afirma o Papa Francesco. E na mesma lógica a caridade na verdade e a liberdade na verdade e podemos ainda dizer a humildade na verdade é a chave para uma conversão efectiva na nossa sociedade. A primeira leitura tirada do livro de Ben-Sirá 35, 15b-17.20-22a fala-nos da humildade na vida do crente na mesma linha do Evangelho e diz: «a oração do humilde atravessa as nuvens e não descansa enquanto não chega ao seu destino».
A humildade do crente tem como base para o direito a justiça. E a justiça de Deus se manifesta no clamor do pobre na humildade na verdade e não na pretensão de domínio da parte do crente. É por isso que o Salmista canta «o pobre clamou e o Senhor ouvio a sua voz». A pobreza é vista na sua dimensão material e espiritual. Porque se pode ser pobre materialmente e espiritualmente não o ser, e vice-versa. O que conta é ser um adorador em espírito e verdade, materialmente e espitualmente. O Senhor não esquece aqueles que Nele confiam.
O trecho da Segunda leitura tirada da Segunda epístola do Apóstolo São Paulo a Timóteo 4,6-8.16-18 convida-nos a permanecer firmes e a guardar a nossa fé. São Paulo afirma: «Eu já estou oferecido em libação, e o tempo da minha partida está eminente. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé ». São Paulo depois continua, na sua carta à Timoteo, que a pesar que muitos o abandonaram, o Senhor, que é justo, não o abandonou porque Paulo guardou a fé. A fé em Deus é a nossa esperança em toda a nossa vida mesmo nas tribulações e nas alegrias. Portanto, Guardar a fé na humildade mesmo nos momentos de tribulaçao é fundamental para a redenção e acrescenta: «na minha primeira difesa, Ninguém esteve a meu lado: todos me abandonaram […] O Senhor esteve ao meu lado e deu-me força, para que, por meu intermédio , a mensagem do evangelho fosse plenamente proclamada e todas as naçoes a ouvissem; e eu fui libertado da boca do leão».
Portanto, a humildade do Crente para a redenção exige o acto de guardar a fé e evitar as tentaçães de poder ou auto-exaltação e orgulho, porque, como diz o final do Evangelho de Lucas, «Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».