Estanislau Marques Chindecasse SVD, Bispo do Dundo, Angola
Prezadas líderes das mulheres católicas da nossa Região da IMBISA.
Recebam uma saudaçáo fratenal no Senhor Ressuscitado cujo espírito anima o nosso encontro.
Não obstante, estar fisicamente ausente em função de determinados inconvenientes alheios à minha vontade, apraz-me expressar a minha gratidão por nos terem dado azo de tecer algumas considerações em torno das atividades e temáticas a serem desencadeadas durante estes dias.
Agradeço a compreensão do Padre Dumisani Vilakati e o empenho do Padre Rafael.
Não queria esquecer o engajamento da Brenda e da Nyasha, nossas comptentes colaboradoras e por serem mulhers e mães vivem com intensidade este encontro. Não me quero esquecer da nossa incansável tradutora, a Odete.
Falar da mulher, de menores e das pessoas mais vulneráveis, é de certa forma abordar aquelas questões e realidades que atinem essencialmente à vida da própria Igreja. A promoção e a salvaguarda da dignidade de todos os homens e mulheres, o cuidado e proteção dos menores e pessoas vulneráveis, constituem parte integrante da missão que a Igreja é chamada a realizar em vista da construção do Reino de Deus , Pois tal como nos recorda a Constituição Pastoral Gaudium et spes: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angustias dos homens e mulheres de hoje, dos pobres e sobretudo de todos aqueles quem sofrem, são igualmente as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angustias dos discípulos de Cristo, e portanto não há nada que seja genuinamente humano que não encontre o seu eco no coração dos discípulos” (GS, n. 1), isto é, no Coração da Igreja. vale dizer que esta atenção exprime a solicitude da igreja e da sua maternal confiança para com todos os seu filhos e filhas.
É absolutamente necessário relevar que a grande presença e envolvimento das mulheres na vida da Igreja e da sociedade deve ser vista como um dos sinais dos tempos, ou seja: se caminha em direção a uma nova sociedade, onde a mulher tende a passar da dependência à autonomia, da constrição à liberdade, da passividade à iniciativa, da resignação à interdependência, da subordinação à participação responsável.
Portanto, as mulheres têm a própria parte de responsabilidade e de participação na vida comunitária da sociedade e da igreja , e hoje muito mais do que nunca, a igreja se abre às expirações das mulheres e procura ajudar com todas as suas forças para a plena realização das condições totalmente conformes à dignidade fundamental de cada ser humano, obscurecida ao longo da historia por vários condicionantes. Por conseguinte tal dignidade não deve ser limitado, somente ao conceito de “igualdade dos direitos”, mas deve identificar-se também com princípio de complementariedade reciproca, uma “complementaridade reciproca” radicada ao projeto criacional de Deus (Gn, 1, 26-28).
Assim sendo a mulher própria, é chamada enriquecer a igreja e a sociedade com os inefáveis dons dos quais ela de depositária, ao mesmo tempo deve, ela mesma ser in primis, a protagonista da própria promoção, da própria dignidade e liberação de vários condicionantes que intentam ofuscar a mesma, e tal feito só é possível através de uma adequada instrução, educação e informação. Certamente estes são um dos grandes sectores onde a discriminação é maior. Constatamos, sobretudo no âmbito do nosso continente a grande diferença de acesso à instrução elementar, por causa da mentalidade cultural, segundo a qual o oficio da mulher é o de estar em casa. Consequentemente é ainda muito alto o índice do analfabetismo das mulheres.
Uma Igreja que se prese sinodal, é uma igreja que com todos caminha, que abraça e abrasa todos, uma igreja comunional, na qual homens e mulheres são chamados a responder ao imperativo missionário, ao qual somos todos interpelados, tendo uma diligente atenção para com os mais vulneráveis da sociedade, os marginalizados, as crianças, jovens e idosos que sofrem, doentes e marginalizados : “todas as vezes que fazeis isso a um destes pequeninos é a mim que o fazeis” (Mt 25, 40), portanto todas as vezes que cuidamos e protegemos a um dos menores e vulnerais, é ao próprio Senhor, é à própria Igreja a quem fazemos tal bem.
Portanto a igreja na sua sinodalidade é ao mesmo tempo solidária, não é e não deverá ser indiferente aos pequenos e vulneráveis, antes pelo contrário, “é uma necessidade para a igreja que deverá ser renovada com todas as forças” por meio de um dialogo sincero, escuta e acompanhamento .
Invoquemos, pois o Espírito Santo, para que este workshop, possa produzir os frutos necessários para o bem-estar da Igreja, e que todos e cada um de nós sinta-se cada vez mais comprometido com concretização de tudo que o Senhor nos há-de inspirar na conclusão das nossas atividades.
Bem haja