General

SER CRISTÃO É SEGUIR CRISTO, O BOM PASTOR

P. Altino José Cardoso

TEMA: SER CRISTÃO É SEGUIR CRISTO, O BOM PASTOR.

Celebramos o IV Domingo da Páscoa, Domingo do bom Pastor e das vocações.
A Igreja é o povo de Deus que sai do Egipto à caminho da terra prometida seguindo os passos de Cristo, o bom Pastor. Nesta marcha, Cristo chama, acolhe e orienta a humanidade inteira , prometendo a todos alimento, segurança e auxílio, em tudo o que for preciso, para que ninguém fique pelo caminho. Neste projeto, Cristo conta com a colaboração de todos e, de modo particular, de pessoas criteriosamente escolhidas, instruídas e animadas pelo Seu Espírito Santo; estas, devem estar dispostas a dar a sua vida pelos seus irmãos à semelhança do seu Mestre que deu a Sua vida para que a salvação atingisse todos os homens de todos os tempos. Por isso, não podemos celebrar o Domingo do bom Pastor e das vocações, sem fazer referência ao universalismo do chamamento à salvação e sem falar de Paulo, o chamado por Cristo para a missão e, reconhecido Apóstolo dos gentios no Concílio de Jerusalém.
Está claro que, todo o homem é chamado a acreditar que, Cristo, só Cristo é o bom Pastor, porque:
1- Ele veio ao mundo para que todos voltassem à vida por Seu intermédio.
2- Assumiu a nossa natureza humana, em tudo, exceto no pecado.
3- Deu a Sua vida por nós e, acima de tudo, à nós; ou seja, aceitou ser morto para salvar aqueles que O mataram. A história dos homens não apresenta ninguém que seja igual a Ele.
Assim, na primeira leitura, tirada de Act 13,14. 43-52, Paulo e Barnabé estavam na cidade de Antioquia. A sua presença naquela cidade estava a ser bem sucedida a ponto de mexer com, quase, todos os seus habitantes. Esta popularidade despertou inveja de alguns Judeus que ali moravam. Estes, mobilizaram pessoas influentes da cidade e, isto, resultou na expulsão destes Apóstolos, acompanhada de Blasfémias. Em reação, Paulo e Barnabé, decidiram orientar-se aos gentios. Fazendo uma leitura superficial deste cenário, podemos chegar à conclusão de que Deus, agora, decidiu conceder a salvação aos gentios, porque os Judeus resistiram ao Evangelho do Seu Filho. Está leitura não corresponde a verdade, porque nunca foi este o plano de Deus; aliás, basta lembrar que, houve um bom número de Judeus que abraçou o Evangelho. Assim sendo, o que é preciso esclarecer bem é o significado de: ” Israel, povo eleito por Deus.” É preciso clarificar porquê e para quê Deus escolheu este povo.
O plano de Deus para com o povo de Israel, era o de fazer com que eles fossem os primeiros colaboradores no projeto de Evangelização e salvação de todos os povos. E por quê?
1- Porque Israel já era um povo com uma raíz monoteista que remontava Abraão, seu e nosso pai na fé.
2- Porque o povo de Israel já tinha tido uma experiência de salvação de Deus à partir Egito aonde era escravo; e, agora deveria passar essa experiência para todos os povos.
3- Porque Deus já tinha celebrado uma aliança com este povo e, Israel estava a desfrutar dos frutos desta aliança; era só uma questão de extensão da aliança a que tinham experiência.
3- Porque o povo de Israel já estava a espera do Messias prometido a todos os homens.
Portanto, a experiência que Israel tinha com Deus era muito ampla e, estava numa posição privilegiada para esta missão, principalmente nos primeiros anos de sua concretização; Nenhum povo poderia reclamar o mesmo privilégio.
Agora, colaboradores saídos do paganismo seriam sempre necessários; e foi o que aconteceu e continua a acontecer até aos dias de hoje. Mas naquele primeiro momento, era fácil e seguro que fossem colaboradores de Deus, aqueles que não precisavam de, primeiro, converter-se ao Deus verdadeiro; aliás, muito bem sabemos, que sair do paganismo politeísta para passar a adorar o Deus verdadeiro é um processo longo e exigente. Basta entrar nós mesmos. Seja como for, hoje, volvidos mais de dois mil anos, não temos a menor dúvida de que Deus escolhe, para seus colaboradores, a todos os níveis de colaboração, pessoas de todas a raças, línguas, nações e povos.
A segunda leitura, tirada de Ap 7,9.14b-17, é como que a consequência direta da universalidade do chamamento à salvação. Vejamos: João viu nos Céus, diante do trono, uma multidão imensa. Estes estavam vestidos com túnicas brancas e de palmas nas mãos. Um dos Anciãos disse :” Estes são os que vieram da grande tribulação, os que lavaram suas túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro.” Portanto, João viu os Bem-aventurados; aqueles que, ao longo da sua vida, escutaram e seguiram, Cristo, o Cordeiro de Deus e bom Pastor. A visão de João se configura com a universalidade do chamamento à salvação, porque aquela multidão imensa que ele viu, vinha de todas as nações, tribos, povos e línguas. Este cenário encontra suporte naquilo que aconteceu no dia do Pentecostes, e de forma mais clara, nas Bem-aventuranças que Jesus ensinou a uma multidão. (MT 5,1-11). Isto sem nos esquecermos a mensagem segundo a qual Deus não faz acepcão de pessoas.
No Evangelho de Jo 10, 27-30, temos quatro verbos mais um, verbos estes que selam a aliança que, Jesus, o bom Pastor, estabelece com as suas ovelhas. Estes quatro verbos, são, no meu entender, a única fórmula de salvação dos homens.
1- Escutar: as ovelhas de Jesus escutam a voz do seu Pastor.
2- Conhecer: Jesus, o bom Pastor, conhece as suas ovelhas.
3- Seguir: as ovelhas de Jesus, aquelas que escutam a sua voz, seguem-nO.
4- Dar: o bom Pastor dá a Sua vida e, eternamente, pelas Suas e às suas ovelhas.
5- Arrebatar: Este verbo é como que a segurança de que tudo o que os verbos anteriores manifestam terá um fim feliz, porque disse Jesus: ” ninguém as arrebatará da minha mão.”

Perguntas para refletir:
1- Estou convencido que Jesus é o único bom Pastor?
2- Que atitudes tenho revelado para manifestar aos outros de que sou ovelha de Cristo?
3- Como tenho colaborado com o meu bom Pastor para chamar outras ovelhas e para manter as que estão dentro da marcha?