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O que é a Laudato Sì? – Cuidar da nossa Casa Comum

IMBISA Comunicações

De Andrea Tilche & Antonello Nociti

Um apelo urgente do Papa Francisco, descrito por outros, “como apelo urgente à acção para proteger a terra e os seus habitantes da ruina é dirigido a todas as pessoas que vivem neste planeta” a um diálogo inclusivo sobre o futuro do nosso planeta. O Santo Padre pede à Igreja que reconheça a urgência dos nossos desafios ambientais e que se junte a ele para embarcar nesta nova caminhada.

Enquanto o mundo procura analisar a encíclica do Papa Francisco para a colocar num esquema político, seria muito mais útil lê-la e procurar maneiras simples de a viver no nosso dia-a-dia.

Como diz Philip Kosloski : “O Papa Francisco, sendo um construtor profissional de pontes (Pontifex), dá-nos a oportunidade de ligar outro abismo que se criou no nosso mundo humano. Com o aparecimento da era tecnológica, distanciámo-nos da natureza e professamos com orgulho que somos o seu dono”. O Papa Francisco reconheceu os perigos deste tipo de visão do mundo e escreveu a “Laudato Sì” para nos ensinar um tratamento mais humano na nossa tarefa de sermos mordomos da terra.

A Laudato Sì trata o tema da protecção do ambiente, do “cuidado pela nossa casa comum”. Este rico e complexo documento analisa as causas dos desafios ecológicos dos nossos dias, reconhecendo o consenso científico, mas acrescentando uma análise das dimensões sociais, culturais, éticas e espirituais associadas à degradação do ambiente. A visão do Papa é que a crise ecológica está em última análise ligada à crise de valores, ao vazio espiritual que permeia a sociedade tecnológica actual. O que torna este documento particularmente inovador é o apelo do papa à acção que, reconhecendo a urgência e a imensidão da tarefa que enfrentamos, vê também a beleza, a oportunidade para a humanidade mostrar que é capaz de fazer alguma coisa, que é capaz de aceitar a responsabilidade. Esta narrativa positiva tem a força de mobilizar povos e governos em direcção a uma acção comum que não se pode limitar a soluções tecnológicas mas deve ser alargada para considerar novos modelos de desenvolvimento capazes de tratas das causas desta crise.